07/11/2011

Lágrimas Ocultas

Lágrimas Ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras,
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida …

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida !

E fico, pensativa, olhando o vago …
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim …

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma !
Ninguém as vê cair dentro de mim !
Florbela Espanca 

5 comentários:

  1. OI minha querida, que saudade!
    Hoje pude vir aqui tomar um cafézinho....coloca a água no fogo! Hehehehe
    Como sempre um bom gosto imenso ao escolher ou fazer os textos que vai no blog....
    É sempre bom passar por aqui.... e levar o frescor de versos que fazem a alma se encantar!
    Beijo imenso no coração

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  2. @Valéria querida!
    É muito bom recebe-la,para este café regado a poemas!
    Muito obrigada pela doce presença e palavras de carinho e incentivo!
    Beijos com carinho!

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  3. Poema encantador
    Amolece qualquer coração de pedra.
    São lamentações da alma que em versos consegue reproduzir o que sente oa autora.
    Abraços!

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  4. @Jotapeh
    Toda sensibilidade de Florbela Espanca, realmente nos encanta em seus versos!
    Muito obrigada por prestigiar!
    Seja sempre bem vindo.
    Abraços.

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  5. Anônimo23:01

    Belíssima Florbela e seus poemas doloridos.

    Beijos, Alba!

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