19/08/2012

As portas do coração

As portas do coração

 Acho que ninguém passa a vida como uma folha em branco, sem escritos, sem rabiscos.
Tudo vai sendo escrito na alma, os momentos vão sendo registrados , misturando o que foi com o que deixou de ser, as grandes expectativas com as grandes decepções.
Cada página virada traz as marcas das que passaram e com o tempo vamos aprendendo a prudência nas relações.
Quando somos jovens é diferente, pois a esperança é tão eterna quanto o amor que toma conta da gente.
Mas os anos nos trazem a vivência, a desconfiança e a memória das coisas que nos fizeram mal.
Se na juventude nos jogamos de cara a cada nova oportunidade, mais tarde aprendemos a caminhar lentamente, olhar de longe, tentar reconhecer os riscos e buscar garantias.
Essas mesmas garantias que só são assinadas depois, bem depois, caso existam.
A vida não nos abandona e as oportunidades vão surgindo.
Mas, com elas as feridas que se reabrem, que revivem e fechamos os olhos a, talvez, belos instantes de felicidade plena e eterna.
Não sabemos!
Não podemos saber!
As pessoas não são iguais, mas tão parecidas! 
Não queremos sonhar de novo e cair de novo, chorar de novo e parecer tolos aos olhos dos outros... preferimos fechar as portas do coração e olhar pela fresta, imaginar o que teria sido se tivéssemos, pelo menos, tentado...
Queremos sempre o amor, nunca a dor que dele resulta.
Queremos o mel, a alegria e até a saudade que pode incomodar o coração, mas dor... dor não!
Não sabemos, talvez, que seja esse o preço e que a alegria de amar um tempo vale mil vezes a dor cravada na alma.
Amar alguém é elevar-se ao ponto nobre da vida.
É tocar o céu e ter a terra aos seus pés.
E se mais tarde os ventos contrários nos trazem de volta, valeu a viagem, valeram as lembranças que carregamos e que nos sustentam.
E entre os escritos da vida, prevalecem, no fim, o néctar que soubemos tirar das flores, a poesia que tiramos dos amores, mesmo daqueles que tiveram fim...
Letícia Thompson

4 comentários:

  1. Alba, nossa vida parece um livro escrevemos nossas linhas pelas atitudes dos dias, o que falamos ou não e o que sentimos.
    Mas esquecemos de nos abrir, com medo de nos ferir novamente com as patadas que a vida dá.
    Em vês de ficar com medo se arriscar, colocar a cara a tapa e saber sofrer, pois assim crescemos e podemos abrir com felicidade e facilidade nosso coração.

    Um grande beijo Alba.

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  2. Alba,

    Como vai?

    Leio muitos artigo da Leticia, as mensagens sempre tem muito a ver com situações cotidianas, reações da vida e comportamento.

    Eu melhorei muito, ou melhor, evolui. Mas preciso abrir ainda uma unica porta que nem encostada eu deixei. Não tenho pressa. Quem sabe algum vento sopre com mais força e ela abra...


    Beijos

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  3. Oiii querida
    Texto maravilhoso,nos leva a uma breve reflexão de nossa vida escrita com acertos e desacertos e muitas vezes com medo de errar novamente,confiar nas pessoas no mundo que com o tempo nos decepcionam e que nos levam a fechar a porta da alma ficando atormentado e aprisionado a atitudes não tomadas com medo de sofrer ou fazer alguém sofrer,temos que arriscar e agir com firmeza e convicção de que estamos agindo certo,é só agir com mais cautela e com o coração que não cometeremos o mesmos erros,nunca se esquecendo que é com os erros e sofrimento que se aprende,aprendizado esse que chamamos de evolução!!
    Beijão amiga!!

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  4. Tudo é aprendizado, mesmo o sofrimento do fim de um relacionamento. A experiência, a vivência nos torna mais hábeis a lidar com determinadas situações, ficamos mais preparados pela vida, porém quando chega o amor de verdade, nada do que pensamos saber vale, tudo se rende ao poder desse sentimento que nos torna outra vez os mesmos jovens que olhavam a vida com olhos de esperança acreditando que tudo pode ser maravilhoso. Um abraço

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